O cheque especial  pode ser um aliado ou um inimigo do seu orçamento: será que você sabe usar corretamente?

Contar com uma linha de crédito pré-aprovado que pode ser usada por até dez dias sem juros, todo mês, é uma oferta que costuma ser irresistível. Porém, essa é uma receita quase infalível de endividamento no longo prazo. Uma dívida de R$ 1.000 quadruplica e vira mais de R$ 4.000 em um ano.

“O cheque especial é uma linha de crédito para ser usada apenas em situações de emergência em um período curto”.

“Um exemplo de emergência: se tem de pagar a prestação da casa própria e já está com três parcelas de atraso, correndo o risco de o banco entrar com execução da dívida e retomada do bem”.

O cheque especial poderia ser usado para tapar o buraco, mas não para solucionar o problema. É que não se deve contar com o limite do cheque especial todo mês como se fizesse parte do orçamento.

Se gasta mais do que ganha, todo mês, sem ter planejamento financeiro, qualquer despesa extra pode fazer com que o orçamento estoure, e o consumidor fique endividado.

Aí a coisa fica feia, porque os juros cobrados são altos, só perdendo para o rotativo do cartão de crédito.

Então, como utilizar o cheque especial sem se endividar?

1)  Só use para emergências.

As emergências devem ser consideradas como eventos raros. Um rombo no orçamento que acontece todo mês não é uma emergência, mas falta de planejamento.

2)  Se precisar usar, que seja por pouco tempo.

Se tiver o benefício dos 10 dias sem juros e respeitar, não vai precisar pagar juros. Se não tem o prazo, os encargos começam a partir do primeiro dia de utilização. Quanto mais tempo usar o empréstimo, mais juros vai pagar.

3)  Não use como complemento de renda mensal.

Se a renda não está suficiente para cobrir as despesas, corte os gastos.

4)  Organize seus pagamentos.

Concentre todos os vencimentos para o dia seguinte ao do pagamento do salário. Dessa forma, o consumidor ainda tem dinheiro na conta e pode se planejar melhor.

5)  Fique de olho na sua conta-corrente.

 

Verifique constantemente sua conta-corrente. Dessa forma, acompanha quanto ainda tem na conta e se corre o risco de entrar (ou se já entrou) no cheque especial.

6)  Preste atenção ao prazo.

 

Se tem o benefício dos 10 dias sem juros, saiba que se utilizar por 11 dias pagará juros retroativos por todo o período de 11 dias, e não apenas sobre o único dia em que ultrapassou o prazo. Se o fim do prazo ocorrer em um sábado, domingo ou feriado, a pessoa deve cobrir o saldo no último dia útil anterior.

7)  Renegocie a dívida.

Se a situação se complicou e já está devendo sem possibilidade de cobrir o saldo, a melhor recomendação é procurar o banco para negociar outra forma de pagamento, como um consignado com taxa bem menor ao mês.

Se o cliente não puder lançar mão dessa linha de crédito, vale pedir um empréstimo pessoal ou parcelamento da dívida com juros menores que os do cheque especial.

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